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Idade do Bronze no Algarve

Idade do Bronze no Algarve

Idade do Bronze no Algarve

Na viragem para o II milénio a. C., fase inicial da Idade do Bronze (c. 1800-700 a. C), com o aumento assinalável do tráfego mediterrânico e atlântico, portador de novas influências, assistiu-se, no nosso território, a uma permanência tecnológica com o período anterior, continuando o uso do cobre de tipo arsenical, surgindo o bronze como complemento tecnológico.
Assistimos, isso sim, a uma evidente transformação social, com uma hierarquia de privilégios e benesses, perpetuada geracionalmente, criando uma nova "ordem" social, aumentando a concentração do poder num grupo mais restrito. Durante esta fase, o povoamento do território hoje português abrange três áreas principais. No Alentejo e Algarve desenvolveram-se as comunidades conectadas com o "bronze do Sudoeste" e ligadas à exploração das jazidas de cobre locais. No Centro e Norte apareceu o "bronze atlântico", articulado com a exploração das jazidas de estanho. Por fim, a Estremadura, pobre em metais, e por tal portadora de uma atividade profundamente comercial, com reflexos ao nível cultural. Nesta área os povoados fortificados "herdados" do período anterior continuam em utilização, denotando-se um decréscimo na edificação, surgindo povoados não fortificados.
Os sepulcros coletivos anteriormente utilizados, permanecem em ocupação restrita, surgindo agora as formas de inumação individual. Os enterramentos surgem acompanhados de armas metálicas, cerâmica e adornos em ouro. Em regiões do Sul, com tradições próximas dos modelos iniciais do Bronze, reutilizam-se os monumentos calcolíticos, mas surgem as grandes cistas individuais, também encontradas no Norte. Da Idade do Bronze plena e tardia conhece-se de forma mais pormenorizada os povoados e necrópoles de cistas do bronze do Sudeste.
O final deste período fica marcado pelo surgimento de novas formas de cultura material, atestando as influências além-Pirenéus, mas de igual modo pela permanência de elementos "orientalizantes" provenientes das viagens iniciais fenícias.

Fonte: Enciclopédia Porto Editora